Instrumentos de cordas são instrumentos musicais cuja fonte primária de som é a vibração de uma corda tensionada quando beliscada, percutida ou friccionada.
História
O primeiro instrumento de corda do qual se tem conhecimento é o Arco musical cuja origem é situada entre 35 e 15 mil anos a.C. Os instrumentos de corda tensionada mais antigos registrados são nove liras e três harpas encontradas numa tumba em Ur na Mesopotâmia datando de 2.600 a.C.
Os instrumentos que deram origem aos modernos violino, violão, guitarra, violoncelo se origiram do alaúde, utilizado inicialmente por pastores, que surgiu em época posterior. Os instrumentos da família do violino foram desenvolvidos na Itália durante os séculos 16 e 17.
Os instrumentos de cordas são importantes na história da música ocidental pois foi com um instrumento constituído de uma única corda, o monocórdio, que os filósofos e matemáticos da escola pitagórica descobriram todos os princípios matemáticos que regem os intervalos, escalas e a harmonia, dando origem ao estudo da teoria musical há mais de dois mil anos.
Funcionamento
O estudo dos instrumentos de corda está baseado na teoria das ondas estacionárias, ou seja, na frequência das ondas sonoras que as cordas emitem. Essas frequências naturais dependem de três fatores: a densidade linear das cordas, o módulo da tração a que elas estão submetidas e o comprimento linear da corda. Isso significa que podemos alterar a altura das notas e sua afinação ao variar qualquer uma dessas características: Se duas cordas possuem a mesma densidade e comprimento, a que sofrer maior tensão produzirá notas mais agudas. Cordas mais longas produzem notas mais graves que as mais curtas. Cordas mais grossas produzem notas mais graves que as mais finas. Os instrumentos utilizam variações dessas características para definir a frequência fundamental de cada corda. Há instrumentos em que todas as cordas têm o mesmo comprimento, mas a tensão e espessura variam. Em outros todas as cordas têm a mesma espessura e somente o comprimento e a tensão variam. Há ainda aqueles em que as três características variam de corda a corda para obter toda a extensão do instrumento.
Controlando a Altura
Muitos deles possuem cordas presas a um braço e os comprimentos relativos das cordas são variados pelos dedos de uma das mãos. Obtêm-se os diferentes tons variando tal comprimento. Alguns instrumentos tem cordas de tamanhos variados como no caso do banjo de cinco cordas. Alguns destes instrumentos possuem trastes que dividem o braço em partes de tamanho fixo, permitindo apenas a variação em intervalos de semitom. Nos instrumentos que não possuem trastes, cabe ao executante fazer o ajuste fino da afinação. Isso permite a execução de escalas microtonais e também a realização de correções de afinação em tempo real durante a execução.
Produção do Som
Para fazer a corda vibrar, três métodos principais são usados: as cordas podem ser beliscadas, friccionadas com um arco ou percutidas.
Cordas Beliscadas
Nestes instrumentos a corda é colocada em vibração ao ser beliscada ou tangida com os dedos, unhas, plectros ou palhetas. Em outras palavras, a corda é levemente deslocada de sua posição de repouso e depois solta para que vibre livremente. Esta forma de execução faz com que o som se inicie bruscamente. A corda mantém a vibração por um tempo longo e decai lentamente até o silêncio.
Cordas Friccionadas
Neste caso usa-se um arco feito de madeira, com um feixe de filamentos que são fixados às suas extremidades e tensionados. A crina geralmente é revestida por um substância chamada breu, com o fim de aumentar o atrito, e então friccionada transversalmente sobre as cordas, produzindo uma vibração rica em parciais não harmônicos e, por essa razão, muito diferente do timbre da corda beliscada ou percutida. As notas podem ser tão longas quanto o músico deseje pois duram todo o tempo do movimento de fricção. A intensidade do som pode ser controlada tanto pela pressão do arco contra as cordas como pela velocidade na qual ele é friccionado.
Cordas Percutidas
As cordas podem ser percutidas com baquetas, martelos ou com o próprio arco. O som da corda percutida se inicia bruscamente e, quando a corda não é abafada, tem longa duração. Normalmente esse método é usado em instrumentos que possuem uma corda (ou conjunto de cordas) para cada nota e permite a execução de passagens mélódicas muito rápidas e acordes de forma mais fácil que nos outros instrumentos por não ser necessário usar uma das mãos para controlar o comprimento da corda e as duas mãos podem ser usadas para controlar as baquetas ou o teclado. Uma exceção é o berimbau que só possui uma corda e tem seu comprimento controlado por uma moeda ou anel metálico em uma das mãos, enquanto a outra percute a corda com uma baqueta.
Cordas Sopradas
As cordas são acionadas pelo movimento do ar. São raras, mas como exemplo pode-se citar a harpa eólica.
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