Segundo uma lenda, a harpa foi inventada pelo
povo egípcio para tocar as melodias que agradavam seus deuses. Mas segundo a
Bíblia, seu fundador foi Jubal. Gênesis 4:21.*
A Harpa é um dos instrumentos de existência mais remota. Ela
tem a forma de um triângulo e suas cordas, de extensões distintas, estão
posicionadas em um patamar perpendicular à tampa da caixa de ressonância. Elas
são atadas por cravelhas – peça em que se enrola a ponta superior das cordas de
um instrumento para que elas sejam tensionadas.
Este instrumento provavelmente procede dos
ancestrais arcos utilizados para caçar alimentos; o homem primitivo percebeu,
aos poucos, o som que era produzido quando suas mãos tocavam levemente as
cordas da arma improvisada. Seu próprio formato remete à forma deste artefato.
Sabe-se de sua ancestralidade pelas referências que
são feitas à harpa em fabulações que narram epopéias, nos poemas antigos e em
variadas obras de arte. Desta forma é possível deduzir que este instrumento já
existia antes mesmo da vinda de Cristo, em regiões como a Babilônia e
a Mesopotâmia.
Em monumentos históricos, como a cripta do faraó egípcio Ramsés
III, que viveu de 1198 a 1166 a.C., ou em esculturas gregas da era antiga e em
cavernas iraquianas, que remontam a 2900 a.C., foram descobertas imagens de
harpas. Já a versão portátil se origina indubitavelmente de terras irlandesas;
ela é inclusive o símbolo heráldico da Irlanda.
Há duas espécies de harpas: as de caixilho, espécie
de moldura de madeira ou metal, e as abertas. A primeira tem um traço
distintivo, a presença de uma coluna simples que conecta a região da
caixa de ressonância à consola, esfera superior recurva deste instrumento; a
segunda, por não apresentar o pilar, tem uma configuração curvada – é o caso da
lira e da harpa africana.
No período em que o Islã se desenvolveu, no
século VIII, a harpa disseminou-se do norte da África até a Espanha,
difundindo-se velozmente por todo o continente europeu. Em meados de 1720
elaborou-se a harpa com pedais, um estágio significativo na história deste
instrumento.
Parece que Celestin Hochbrücker foi o responsável
pela criação da harpa, a qual foi posteriormente burilada pelo francês Érard,
em 1810. Hoje a harpa sinfônica é composta por 46 ou 47 cordas paralelas e sete
pedais; quatro destes são correspondentes ao pé direito e três são manuseados
pelo pé esquerdo.
A harpa desenvolve um som inebriante, impossível de
se traduzir verbalmente, daí seu intenso poder de sedução. Vários harpistas se
destacaram ao longo da história, entre eles Nicolas Bochsa, Harpo Marx, Gabriel
Cavalcante, e Orla Fallon, do grupo Celtic Woman. A banda germânica
Haggard, que produz música folk metalizada, também usa a harpa em alguns de
seus espetáculos.
Ela é tocada por meio de um método denominado
dedilho, ou seja, a sonoridade é elaborada através da vibração das cordas
quando elas são ativadas pelos dedos dos instrumentistas.
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